segunda-feira, 2 de abril de 2007

Nova geração... no banco!


Billy Donovan e Thad Matta são os destaques da grande final do torneio


Ohio State e Flórida são as duas equipes que mais tiveram destaque durante a temporada regular. Têm um jogo mais equilibrado, coletivo, além de diversas estrelas individuais.

Mas o que chama a atenção é a dupla de técnicos. Nada de treinadores tradicionais, jogando dentro de um método particular que já rendeu vitórias no passado, ou extremamente explosivos, xingando os atletas, os juízes. Enfim, estamos diante de dois técnicos de uma geração nova disputando a grande final da NCAA.

Em comum, são famosos por recrutar novos talentos que não são apenas estrelas. São atletas que chegam para contribuir com os que já estão na equipe. Os dois treinadores priorizam o ataque em conjunto e sempre buscam o melhor posicionamento para os arremessos. São adeptos da defesa forte, fecham o garrafão – talvez os dois times que melhor sabem fazer o “box out” – e procuram o contra-ataque eficiente. Resumindo: suas equipes são balanceadas.

Thad Matta tem apenas 39 anos e ocupa o cargo em Ohio State há pouco menos de três anos. Curiosamente, foi com essa mesma idade que Mike Krzyzewski disputou sua primeira final à frente de Duke.

Em seu primeiro ano, os Buckeyes de Coach Matta não se classificaram para o torneio. No campeonato seguinte, o time foi eliminado na segunda rodada por Georgetown. No terceiro ano, ele recrutou o que ficou conhecido como “Thad Five” e trouxe para o campus em Columbus Greg Oden, Daequan Cook, Mike Conley Jr, David Lighty e Othello Hunter. Finalmente conseguiu chegar às finais, batendo o mesmo time dos Hoyas que o tinha eliminado no passado.

Billy Donovan chega a mais uma final de torneio com os Gators da Flórida - a terceira, com apenas 41 anos. Ele venceu a primeira final no ano passado e se tornou apenas o terceiro técnico a ser campeão e chegar entre os quatro finalistas como jogador - os outros dois foram as lendas Dean Smith e Bob Knight.

Com apenas 10 anos à frente da equipe da Flórida, Coach Donovan vê seu contrato expirando ao fim do torneio da NCAA. Rumores e especulações sobre o seu destino não faltam.

O mais forte vem da Universidade de Kentucky, que perdeu Tubby Smith para a Universidade de Minnesota e já anunciou que vai contatá-lo após o fim do torneio com uma proposta oficial - fala-se em US$ 3,5 milhões por ano. Outra possibilidade seria dirigir uma equipe da NBA. Aí o maior boato recai sobre o Memphis Grizzlies, uma das equipes mais jovens da liga profissional. O presidente da Universidade da Flórida, Bernie Machen, afirmou: “Não vamos perder Billy Donovan para ninguém. Ele é o melhor da América e vai ser um Gator enquanto for técnico”. Mais do que perder Donovan, a universidade corre o risco de perder seu melhor recruta para o próximo ano, o armador Nick Calathes, que prometeu jogar para o técnico em qualquer lugar que ele vá.

Billy, no entanto, parece feliz na Flórida. Ajudou a terminar de construir uma escola em Gainesville e seus sogros acabam de se mudar para a cidade. É claro que, neste momento, ele só tem cabeça para a partida de segunda-feira à noite.

No jogo de xadrez dos técnicos, ainda vejo a vantagem para a Flórida, que tem os melhor quinteto titular da liga. Já acertei os dois finalistas. Agora só falta o resultado.

2 comentários:

Anônimo disse...

Interessante o comentário sobre o "Thad Five". Essa é uma paródia com o "Fab 5" de Michigan no início dos anos 90. Já que os Wolverines são os maiores rivais dos Buckeyes (football) a brincadeira não podia faltar. Jimmy King, Jalen Rose, Ray Jackson, Juwan Howard e Chris Webber eram parte desse lendário grupo (Fab 5) que em 92, como calouros, e 93, chegaram às finais da NCAA. Ficaram marcados não só pelo seu talento, mas pela "pipocada" que deram na final de 93 contra North Carolina. Os jovens Wolverines se descontrolaram e perderam um título ganho... A pressão está sobre a inexperiência dos Buckeyes. Será que os Wolverines rogaram alguma praga?

Gustavo Cardoso (Hoops Addict/Basketbrasil/Latinbasket)

Anônimo disse...

Olá Gustavo (xará),

Se os Wolveriens rogaram praga vai ser fácil de saber. Basta ver se Greg Oden vai acertar nas contas do total de pedidos de tempo que o time tem direito no segundo tempo!

Para quem não entendeu nada: no jogo de 93 em que Michigan State disputou a final, Chris Webber se enganou no total de pedidos de tempo quando a Carolina do Norte optou por dobrar a marcação para cima dele quando vencia a partida por 73-71 a 11 segundos do final. Por conta disso, Michigan recebeu uma falta técnica, perdeu a posse de bola e o campeonato. Depois desse episódio Webber acabou entrando no draft.