Finalmente o mata-mata chega a seu momento decisivo. Este ano não há nenhuma grande surpresa. Os quatro times - Flórida, UCLA, Georgetown e Ohio State - são, sem sombra de dúvidas, os mais consistentes da liga. Todos conseguiram pelo menos 30 vitórias e nenhum perdeu mais de seis jogos ao longo dos seis meses de competição. A superioridade não pára por aí. Entre as quatro equipes finalistas, pelo menos 15 jogadores passam nos quesitos necessários para jogar na NBA.
Os sites especializados já notam que o quinteto titular da Flórida - Taurean Green, Lee Humphrey, Corey Brewer, Al Horford e Joakim Noah - vai estar brigando, cedo ou tarde, nas arenas da liga profissional. O técnico Billy Donovan contribuiu e muito para o surgimento dessa nova potência universitária. E olha que, no caminho, ele perdeu David Lee para o New York Knicks. Provavelmente sabendo que o time poderia se desmantelar, o treinador tratou de recrutar mais estrelas para seu programa e conseguiu assinar com Nick Calathes - o all-american é talvez o melhor armador vindo do colegial neste ano.
Mas antes de repetir a conquista do ano passado, os Gators têm de superar a base da retranca da UCLA - Arron Afflalo, Darren Collison, Mbah a Moute e Lorenzo Mata. Desses, o mais incerto de ir para o profissional seja Lorenzo. Talvez porque seus números não impressionem tanto, mas o faz-tudo do técnico Ben Howland já teve médias de 25 pontos e 18 rebotes nos tempos de escola, quando era o segundo melhor ala-de-força entrando na liga universitária. Fazer o trabalho sujo não é para qualquer um, e fica claro que Lorenzo tem muita inteligência.
Na outra chave, a universidade que mais tem alunos nos Estados Unidos, Ohio State (52 mil), também tem lá seu quarteto de draftáveis: Greg Oden, Ron Lewis, Mike Conley Jr e Daequan Cook. Desses, sem dúvidas Lewis é o mais bem preparado para o próximo nível, como vem mostrando em todas as partidas até agora. Mas a estrela ainda é Oden. Talvez seja por conta da pressão, já que todos nós esperamos muito dele. Isso mostra a falta de maturidade do pivô para encarar a NBA.
Oden precisa entender que ninguém está forçando ele a nada e, que se quiser ficar mais um ano ou dois, ninguém vai impedi-lo de chegar ao último estágio do basquetebol americano. Tim Duncan ficou os quatro anos em Wake Forest e ainda assim foi draftado em primeiro, unânime. Kwame Brown saiu direto para a liga.
E o que Oden deveria fazer? Bem, com todos os cartolas e jogadores vão estar presentes em Atlanta para vê-lo jogar, sugiro que ele converse com um deles em particular: Patrick Ewing.
Afinal, Ewing pai vai estar lá para ver Ewing Jr. Mas ele não é nem sombra do que Jeff Green e Roy Hibbert são para a universidade de Georgetown. Os dois estão entre os 20 melhores jogadores saindo dos colegiais deste ano. Até a Wikipedia já sabe que os dois estarão na NBA um dia. Hibbert, ao contrário do rival Oden, tem claramente a maturidade para jogar no próximo nível e até liderar uma equipe carente de um jogador de sua posição. Vai ser o primeiro grande duelo de uma geração de pivôs “das antigas”, ou seja, com mais técnica do que força.
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Agora que o cenário em Atlanta já está pintado, arrisco meu palpite: Flórida bicampeã, Ohio State vice, 84-78 na final.